Entrevista: Delegação Brasileira fala sobre a participação no XIX ELLGGS
Participar de um evento internacional como o XIX ELLGGS é sempre motivo de grande expectativa e uma oportunidade ímpar de crescimento pessoal.
A delegação que representou o Movimento Bandeirante no encontro falou um pouco sobre essa experiência de participar de uma atividade internacional.
- O que é o ELLGGS e o seu principal objetivo?

A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora explicou que o XIX Encuentro Latinoamericano de Lideres Guías y Guías Scouts – XIX ELLGGS tem como objetivo unir os líderes de países da América Latina para compartilharem experiências e aprendizado e assim tornar ainda mais forte o Movimento Bandeirante na Região do Hemisfério Ocidental.
A Delegada Lucia Cristina Gomes informou que o ELLGGS é um espaço para encontros de delegações representantes das organizações membros de Guias (Meninas Bandeirantes e Bandeirantes – sistema misto apenas no Brasil) e Guias Scouts (Meninas Bandeirantes membros da WAGGGS e Meninos Escoteiros membros da WOSM) existentes no bloco da América Latina e que o seu objetivo principal do ELLGGS é o fortalecimento de gestões através do intercâmbio de ideias.
O Delegado Ricardo Zanon ressaltou que o principal objetivo do ELLGGS é promover espaço de discussão para todos os países da América Latina sobre liderança jovem, desenvolvimento e rumos do MB na Região do Hemisfério Ocidental.
- Qual é a importância do ELLGGS no Hemisfério Ocidental e quais países estiveram presentes?
A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora explicou que o ELLGGS gera um espaço de convivência entre as organizações membro, com momentos de capacitação e intercâmbios entre os líderes, promovendo o desenvolvimento e o fortalecimento do MB.
A Delegada Lucia Cristina Gomes disse que o ELLGGS funciona para que as organizações membro do Hemisfério Ocidental se destaquem perante a Associação Mundial de Bandeirantes (WAGGGS).
O Delegado Ricardo Zanon esclareceu que, apesar de a América Latina não representar muito efetivo se comparado com EUA e Canadá, por exemplo, o encontro é uma forma de a WAGGGS entender que os países latinos buscam se fortalecer e trabalhar juntos. Ricardo salientou, inclusive, que a presença de representantes da Associação Mundial de Bandeirantes prestigiando o evento, incluindo a Presidente Mundial, Ana María Mideros, é uma forma de a Associação Mundial de Bandeirantes reconhecer a importância do ELLGGS na Região do Hemisfério Ocidental.
Estiveram presentes no evento os países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Paraguai, Equador e Republica Dominicana.
- Como o Programa do XVIII ELLGGS foi estruturado e quais temas foram abordados?
A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora informou que o encontro foi estruturado com o trabalho em equipe. Ela explicou que as equipes foram formadas por um membro de cada país e que na ocasião, os líderes trabalharam os temas levantados pela WAGGGS, com momentos de aprendizagem, trocas de ideias, prática de atividades e desenvolvimento de projetos por delegação.
A Delegada Lucia Cristina Gomes reiterou que o encontro foi estruturado com base no método de trabalho em equipe, com abordagem principal em identificar qual tipo de liderança é praticado nas organizações membros, incentivando a liderança por impacto e captando lideranças jovens para manutenção e prolongamento da história dos Movimentos.
O Delegado Ricardo Zanon explicou que o encontrou abordou basicamente os novos modelos de liderança da WAGGGS lançados recentemente na Europa e comentou que, durante o evento, as lideranças trabalharam a maior parte do tempo aplicando esses modelos para a realidade de cada país membro, elaborando planos de ação e estratégias.
- Qual a importância para a FBB formar delegação e participar de um evento como este?
Para a Chefe de Delegação Monica Vivian Mora além de estar em contato com líderes de outros países, aprender novos temas, conhecer diferentes formas de trabalho e trabalhar com a delegação do país, a participação em um evento como o ELLGGS traz experiências que ajudam no desenvolvimento de liderança e motivação para seguir fazendo um trabalho consciente com os nossos jovens. Monica ressalta ser fundamental conhecer os projetos e a situação do país para representá-lo bem no evento.
Já a Delegada Lucia Cristina Gomes explicou que a importância vai além de a FBB formar delegação. “É preciso treinar, ou seja, formar, no sentido real da palavra.”, salientou Lucia Cristina. Assim como Monica, Lucia reiterou a importância de os participantes se prepararem para o evento e ainda acrescentou que, durante o encontro, os líderes representantes falam abertamente e a todo momento sobre suas organizações, inclusive o Brasil é muito requisitado para falar sobre a sua estrutura diferenciada dos demais países por causa de sua proposta de coeducação, inclusive pela particularidade do seu nome diferenciado das demais organizações membros.
Para o Delegado Ricardo Zanon a FBB formar delegação para participar do evento tem toda a importância do mundo! Ele enfatiza que a instituição deve investir e divulgar mais esse tipo de encontro e destaca ainda a necessidade de incentivar a participação de líderes jovens no encontro.
- Como foi a relação da delegação brasileira com as demais organizações membros durante o evento?
A Chefe de Delegação Mônica Vivian Mora disse que o convívio da delegação brasileira com as demais organizações foi uma experiência incrível. Ela comentou que todas as delegações demostraram um grande carinho pelos brasileiros e ainda acrescentou que o idioma não é empecilho porque existe o respeito de todos e que eles se preocupam se estamos entendendo e se esforçam para nos entender.
Já a Delegada Lúcia Cristina Gomes explicou que os delegados representantes do MB no encontro não devem responder esta pergunta em conjunto porque eles foram distribuídos em diferentes equipes, previamente montadas pela organização do evento. Mas que a relação dela com os líderes representantes das demais organizações foi a melhor possível. Ela relatou que de início teve um pouco de dificuldade, mas que na parte prática conquistou a sua equipe e foi muito amada. Além de ter conhecido pessoas maravilhosas, a delegada comentou ter visto delegações compactas que servem de exemplo para nossas delegações, inclusive no que se refere ao alinhamento do discurso institucional.
Para o delegado Ricardo Zanon a relação da delegação brasileira com as demais organizações membro foi muito boa, principalmente no quesito idioma. Ele explicou que todos foram muito solícitos em serem compreendidos quando estavam falando e também em compreender quando eles tentavam “arranhar” o espanhol. Para Ricardo, definitivamente, o idioma não é um fator limitante para esse encontro. “Os outros países gostam muito de nós e têm muita curiosidade sobre o Brasil”, disse Ricardo.
- Como as organizações membros do HO veem a proposta de coeducação da FBB com atividades mistas? Elas demonstraram algum interesse sobre o Programa Educativo?
A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora explicou que as organizações membro do Hemisfério Ocidental (HO) acham bastante interessante como o Brasil consegue adaptar e trabalhar bem os grupos mistos, mas que não demonstram interesse em levar a experiência da coeducação para outros países e ainda expôs que as demais organizações frisam bastante a importância do desenvolvimento da menina e da jovem.
A Delegada Lucia Cristina Gomes declarou que as organizações membro do HO veem a proposta de coeducação da FBB como algo diferente. Ela relatou que alguns se interessam isoladamente e afirma, contudo, não ter presenciado nenhum espaço específico para determinado debate.
O Delegado Ricardo Zanon contou que o evento reuniu um total de aproximadamente 130 pessoas e que desse total apenas dez eram homens, sendo ele o único membro 100% WAGGGS e que os outros nove da Costa Rica eram filiados a WOSM. Ricardo comentou que, durante o evento, algumas pessoas perguntaram sobre como se dava a aplicação do método educacional nos grupos mistos e se funcionava. Ele disse ter sinalizado que sim e deu o seu exemplo como realidade, “afinal entrei no MB com 10 anos e estou até hoje.”, afirmou Ricardo.
- Quais atividades apontariam como experiências para reforçar relações e colaborações entre os demais coordenadores?
A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora apontou as seguintes atividades como experiências para reforçar relações e colaborações entre os demais coordenadores: novas formas de trabalhar a liderança, levantar o diagnóstico, elaborar novos projetos e o projeto Acampamento Chama Acesa desenvolvido pela delegação do Brasil.
A Delegada Lucia Cristina destacou as atividades práticas com o objetivo de fortalecer a liderança entre as equipes de trabalho.
Para o Delegado Ricardo Zanon todas as atividades foram fantásticas e considera importante a FBB trabalhar o quanto antes os novos modelos de liderança da WAGGGS com os coordenadores. Ele explicou que o material é muito rico e ajuda a desenvolver muito o adulto e o membro juvenil.
- Quais oportunidades foram criadas para a FBB neste evento? Existe algum projeto de continuidade?
A Chefe de Delegação Monica Vivian Mora informou que o ELLGGS é uma oportunidade de estarmos ainda mais próximos da diretoria do Hemisfério Ocidental. Ela disse que durante o evento tiveram a oportunidade de colocar a necessidade de reformulação do Programa Educativo e de necessitar de apoio financeiro para sua realização.
A Delegada Lucia Cristina Gomes explicou que os membros que compõe a delegação brasileira só trabalharam como equipe de delegação nos últimos dias e que durante esse período montaram um modelo de acampamento pensado para resgatar voluntários adultos e Bandeirantes afastados como um projeto de continuidade em nível nacional a ser apresentado ao CDN.
O Delegado Ricardo Zanon relatou que elaboraram alguns projetos no encontro e que pensaram em esquemas para reformulação do Programa de Ramo tão urgente e necessária e que, inclusive, conversaram com alguns membros da WAGGGS sobre este assunto e que eles ofereceram ajuda para a captação de recursos necessários para a realização do projeto. Ricardo também contou que outro projeto legal que criaram foi o “Acampamento Chama Acesa” destinado aos Bandeirantes e Coordenadores afastados para, de uma forma mais emocional, captar voluntários adultos para a instituição.
- Em qual país será realizada a próxima edição do ELLGGS?
O XX ELLGGS será no México, em uma cidade próxima de Cuernavaca com possibilidade de visita ao Centro Mundial Nuestra Cabaña.
- Que mensagem vocês deixariam aos que desejam participar da próxima edição do ELLGGS e ter uma experiência internacional como esta?
Monica Vivian Mora, Chefe de Delegação: É uma experiência maravilhosa que vale muito a pena. As pessoas de diferentes países recebem bem o brasileiro, não existem barreiras, a diferença de idioma não é um limitante. Participem de mente e coração abertos para aprenderem e ensinarem, é uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento como líderes no MB assim como para suas vidas pessoais. Sem falar nas pessoas maravilhosas que temos a oportunidade de conhecer e os novos amigos que conquistamos.
Lucia Cristina Gomes, Delegada: Vão, aproveitem o caminho e, principalmente, as novas pessoas … É uma experiência internacional incrível… Sinto-me fortalecida.
Ricardo Zanon, Delegado: Por favor, vão! É uma experiência maravilhosa e muito enriquecedora. A sensação de pertencimento a uma instituição global com tantos valores e histórias é a melhor de todas. Pessoas com outros idiomas, outros uniformes, outras tradições, mas que têm o mesmo ideal que você. É simplesmente demais.
Conheça os Delegados:
Monica Vivian Vaders Mora entrou para o Movimento Bandeirante em 1968 como Fada. Participou dos Ramos B1, B2 e Guia, sendo uma das responsáveis pela abertura e fortalecimento do Clã Marta Koenig, do Núcleo Bandeirante Bororos/SP. Foi Coordenadora em todos os Ramos, Coordenadora de Núcleo e Presidente do Conselho Diretor Estadual de São Paulo. Atualmente é Coordenadora de Guia Auxiliar e Coordenadora Técnica Estadual de São Paulo. É casada e tem 4 filhos que participam ativamente dos Movimentos Escoteiro e Bandeirante, pois acreditam na força e importância dos Movimentos na formação dos jovens.
Lucia Cristina Costa Gomes entrou para o Movimento Bandeirante no ano de 2001 com 13 anos de idade no extinto Distrito Bandeirante Marista. Em 2013, já na fase adulta, foi uma das pessoas responsáveis pela reativação do MB em Colatina/ES, com a abertura do atual Núcleo Bandeirante Acamp13/ES que acabou de completar 5 anos de atividades no município. Atualmente é Presidente de Núcleo e coordena o Ramo Guia. Já participou de diversas atividades como Assembleia Nacional, Treinamento Nacional Livre Para Ser Eu Mesmo (1ª e 2ª Fase) e Treinamento Nacional de Advocacy. É casada e tem duas filhas lindas.
Ricardo Albiero Zanon entrou para o Movimento Bandeirante no ano 2000 como B1 no Núcleo Bandeirante Cidade Azul/SP e ficou por lá como Guia até o ano de 2005, quando voltou a morar em São Bernardo do Campo sua cidade natal. No Entanto, só conseguiu retornar ao Movimento em 2010, no Núcleo Bandeirante São Bernardo do Campo/SP por motivos de trabalho. Foi Guia Auxiliar e Coordenador de Ciranda. Hoje, coordena o Ramo B1, é membro da Equipe de Treinamento Estadual de São Paulo. Já participou de inúmeras atividades como Assembleia Nacional, Fórum de Dirigentes, Encontro Nacional de Coordenação, FLICTS e CIGGA.
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